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Espécies de roedores

Um dos maiores grupos do reino animal é constituído pela classe dos mamíferos. E, nesta classe há uma, a Ordem Rodentia, que contém mais de 3000 espécies dos chamados roedores. O nome rato pode ser corretamente aplicado à cerca de 500 espécies, mas apenas duas delas têm significado universal e ambas podem ser encontradas no Brasil: o Rattus norvegicus (Berkenhout) e o Rattus rattus (Linnaeus). No gênero Mus há mais de 130 espécies de camundongos, embora apenas uma tenha se adaptado totalmente à vida urbana: o Mus musculus (Linnaeus).


Que fique bem claro, desde já, que camundongos não são ratos! Camundongos pertencem ao gênero Mus e ratos ao gênero Rattus. São animais diferentes; no máximo são aparentados. Chamar um camundongo de rato é sacrilégio cientifico!


Nas zonas rurais brasileiras, temos que fazer uma clara distinção entre os roedores que ali poderão ser observados: encontraremos vivendo livres campo a fora, uma infinidade de roedores, geralmente de pequeno porte, genericamente de “ratos de lavoura” ou “ratos do campo”, representados em nosso país, principalmente, pelo Holochilus brasiliensis, pelos Orizomys spp e pelo Mastomys natalensis, encontradiços nas plantações de arroz, de trigo, de cana, de cacau, de dendê,etc. Essas espécies silvestres geralmente estão em perfeito equilíbrio na natureza, pois participam ativa e importantemente de diversas cadeias alimentares. Só nos causam problemas quando suas populações experimentam crescimentos excepcionais, via de regra provocados por desequilíbrios ecológicos, para variar induzidos por nós mesmos, seja quando eliminamos seus predadores naturais (corujas, cobras, gaviões, raposas, certos felinos, etc), seja porque passamos a produzir brutais quantidades de seus alimentos preferenciais ( arroz, trigo, milho, etc ).


Encontraremos ainda na zona rural, as três espécies de roedores comensais, essas que nos preocupam. Só que esses três roedores ali não serão vistos tendo vida livre como os anteriores, posto que não (e nem conseguiriam sobreviver) a esse meio ambiente. São eles roedores citadinos. Sabem viver nas cidades. No campo, teriam vida muito curta, interrompida pelas garras, mandíbulas ou bicos de inúmeros predadores que se sentiriam deleitados em degustá-los ao jantar. A verdade é que poderão ser encontrados onde o homem se estabelece. Nos asilos, nos paióis, nas criações intensivas de animais de produção (galinhas, suínos, gado confinado, etc,), onde proliferam intensamente.


Numa mesma área é até possível a coexistência até das três espécies consideradas mais importantes (R. rattus, R. norvegicus e M. musculus ) num mesmo “habitat”.Contudo, sempre haverá uma severa segregação ecológica entre elas. A ratazana (R. norvegicus) prefere dominar o nível do solo, onde escava e habita tocas e túneis; o rato preto ( R. rattus) dá preferência a viver longe do solo – onde é derrotado pela ratazana que o supera em força, vigor físico, agressividade e tamanho. Por isso, o rato preto é também conhecido como rato de telhado ou rato de forro. Já o camundongo (M. musculus), o menor e mais fraco dos três, consegue sobreviver aproximando- se ardilosamente ao máximo do convívio do homem, inimigo natural reconhecido e atávico dos ratos, compartilhando conosco nosso próprio “habitat”, fazendo seus ninhos em nossas gavetas, nossos armários, etc.


Assim, essas três espécies mais importantes possuem ciclos de vida e hábitos próprios, fazendo com que sua biologia seja significativamente diferente. Vamos conhecê-los melhor.


A identificação das espécies sinantrópicas

Antes de mais nada, é preciso identificar qual espécie do roedor que esta causando problemas, sem contudo esquecer que mais de uma espécie pode estar presente, o que pode confundir aos menos avisados, ainda que tal ocorrência seja fato mais raro. Sem que sejamos especialistas em taxonomia (a “arte” da identificação cientifica das espécies), há alguns pontos que vão permitir-nos, a nós míseros mortais, uma razoável identificação do roedor (ou roedores) que está nos atormentando.


É evidente que, se pudermos ver diretamente o roedor, ou até mesmo capturá-lo, sua identificação torna-se muito mais fácil. Existem algumas características físicas de cada espécie que permitem diferenciá-las com margem de certeza razoável. O conhecido esquema abaixo nos dá uma visão geral das possíveis diferenças e características físicas das três espécies que conhecemos: A Ratazana ou rato de esgoto - Comprimento: 18 a 25 cm | Rato de telhado ou rato preto - Comprimento: 16 a 21 cm | Camundongo - Comprimento: 8 a 9 cm.

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